Você sabe como acontece o processamento cognitivo do texto escrito (em estágios iniciais de leitura)?
distinção entre dois sentidos da palavra ler.
- Um sentido literal, em que ler corresponde a se ler letras, palavras, livros. Essa leitura supõe a alfabetização, a aprendizagem escolar, o domínio da palavra escrita.
- Um sentido amplo, em que ler é “ler” o mundo, a natureza, a memória, os gestos, os sentimentos – tudo aquilo que Paulo Freire designa com o neologismo: palavramundo.
Vamos ver, na sequência, como, mesmo com foco no processamento da informação, esses dois sentidos se articulam, conforme Kleiman (1993)?
Segundo a autora, o processamento da informação, considerando o sentido literal da palavra ler, conforme acima, começa pelos olhos, com a (a) percepção do material linguístico.
Na sequência, essa memória é auxiliada por uma memória intermediária – um estado de alerta que torna acessíveis conhecimentos relevantes para a compreensão do texto em questão – dentre todo o conhecimento da memória de longo prazo.
Ainda sobre a percepção do material escrito, em cujo processo o leitor eficiente permanece no controle, sabe-se que ele é individual, embora o tipo de mecanismo utilizado seja igual para todos, qual seja: o Sacádico, em que nossos olhos não se movem de forma linear do princípio ao fim da linha, mas progridem por pequenos saltos (sacadas), a que se seguem pequenas pausas, designadas de fixações.
“O leitor precisa estar em estado de “alerta perceptual”, pronto para detectar uma série de palavras cuja ocorrência no texto é previsível pelo assunto. O professor que ajuda o aluno a prever e predizer focalizando, mediantes diversas abordagens e atividades prévias à leitura, as palavras-chaves no texto, garante que, quando o aluno as encontrar, será capaz de reconhecê-las rápida ou até instantaneamente” (KLEIMAN, 1993, p. 36)
Confira, agora, depois da leitura, se suas respostas iniciais quanto a esse tema estavam corretas:
KLEIMAN, A. B. Como lemos: uma concepção não escolar do processo. In: KLEIMAN, A. B. Oficina de leitura: teoria e prática. Campinas: Pontes; Editora da Unicamp, 1993. p. 31-47.
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