As múltiplas faces da leitura


 

Você sabia que nossa relação com a leitura nem sempre foi a mesma?

Borges (2012) nos conta que, ao longo da história, a humanidade passou por diversas influências, e o que entendemos sobre leitura hoje não é a mesma que entendíamos há tempos atrás.    

No Império Romano, a leitura tinha somente a função de oralizar documentos escritos, portanto, era uma atividade pública de escuta.

Quando a Igreja tomou força, o ato de ler tornou-se uma atividade silenciosa e sagrada. Isso quer dizer que nem todos tinham o “poder da leitura”. Mas, com a Reforma de Lutero e a Santa Inquisição, passou-se a questionar as ordens sociais e a leitura se tornou subjetiva. Apesar disso, somente no século XVIII a leitura se democratiza, devido à criação da imprensa.

Atualmente, papéis e textos virtuais coexistem e nós enxergamos essa mesma atividade como algo ímpar e múltiplo.

O que isso quer dizer? Que os significados não são mais produzidos apenas a partir do texto, olhando-se para ele, mas também olhando-se para o leitor, o real produtor de sentidos, o atualizador do texto.

Percebe como o tema “leitura” é complexo?

Para que esse ato seja efetivado, na contemporaneidade, devemos considerar diversos pontos.


Já vimos que o leitor é um deles, mas também há a intencionalidade, de maneira que : “[d]e cada leitor, e de cada leitura espera-se, portanto, habilidades diferenciadas”.

Muitos professores acreditam que uma boa leitura é ler sem gaguejar e ler conforme a pontuação; ao mesmo tempo, testes educacionais que avaliam o nível de leitura dos alunos têm mostrado índices baixos e insatisfatórios. Por que? Porque o que se espera da leitura é que o estudante seja autônomo e capaz de constituir sentido para o que lê. (Contudo, na pesquisa realizada por Borges, os professores relatam que têm a necessidade de conduzir e explicar enunciados das questões e dos textos).

 💬 Atenção a esta informação:


Por fim, Borges (2012) destaca que é necessário que o contexto escolar se aproprie das novas tecnologias para desempenhar, de fato, uma formação em leitura coerente com a demanda social dos leitores.


Referências:

KLEIMAN, A. B. Abordagens da leitura. SCRIPTA, Belo Horizonte, v. 7, n. 14, p. 13-22, 1º sem. 2004. Disponível em: http: //periodicos.pucminas.br/index. php/scripta/article/view/12538. Acesso em: 18 jul. 2023.

BORGES, S. B. As múltiplas faces da formação em leitura. In: FIGUEIREDO, D. de C. et al. (orgs.). Sociedade, cognição e linguagem: apresentações do IXCELSUL. Florianópolis: Editora Insular, 2012. p. 277-290. 424 p.

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