Leitura nos Ensinos Fundamental e Médio
Os estudos sobre letramento, ao serem associados às práticas educacionais, têm suscitado questionamentos acerca dos papéis dos professores, desde as séries iniciais até o Ensino Médio e, possivelmente, no ensino superior.
Antigas discussões sobre alfabetização e formação do leitor, outrora separadas, agora revelam pontos de convergência. A partir da década de 80, no Brasil, surgiram tímidas reflexões sobre a ampliação do conceito de leitura, desafiando a visão cristalizada de que ler é meramente decodificar sinais gráficos. Esta concepção, associada à alfabetização, limitava o ato de ler a uma perspectiva reducionista, relegando a responsabilidade aos professores das séries iniciais. (Exceção se faz a Paulo Freire que, desde sempre, tratou alfabetização com a mesma acepção do atual termo letramento).
Atualmente, é impensável reduzir a leitura à mera decifração de palavras, embora essa tenha sido uma tradição legitimada pela escola. Estudos destacam a importância de considerar a leitura como um processo complexo, envolvendo aspectos cognitivos que vão além da decodificação.
Autores como Kleiman e Solé enfatizam a necessidade de levar em conta o conhecimento prévio, tanto linguístico quanto textual e de mundo para compreender um texto.
Além disso, a leitura é vista como uma prática ativa de compreensão responsiva, conectada ao contexto social e cultural.
Essa abordagem mais ampla da leitura é crucial para superar visões simplistas e desenvolver estratégias de ensino mais inclusivas e eficazes.
Referência:
RODRIGUES, N. C. Leitura nos ensinos fundamental e médio: reflexões sobre algumas práticas. Linguagem em (dis)curso, v. 7, n. 2, p. 215-240, mai./ago. 2007. Disponível em: https: //portaldeperiodicos. animaeducacao.com.br/index. php/Linguagem_Discurso/article/view/363. Acesso em: 18 jul. 2023
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